domingo, 9 de dezembro de 2007

Rotina Produtiva do Programa A TARDE Pub

1. Introdução

O radiojornalismo é de fundamental importância para a sociedade, tendo em vista que é um veículo de comunicação que alcança a maioria das classes sociais transmitindo informações atualizadas, música e entretenimento. No Brasil o sistema de rádio sofreu grande influência americana, por ter sido trazido para o país devido à necessidade das grandes indústrias eletro-eletrônicas de buscarem novos mercados para garantir e ampliar seus níveis de lucro, mas não cabe falar sobre a história da rádio nos Estados Unidos neste artigo.
Devido à evolução e longo alcance das rádios na sociedade deve-se haver a preocupação, por parte dos jornalistas ou profissionais, quanto à produção das informações jornalísticas no veículo. O profissional responsável deve, então, apurar bem os fatos e transmitir informações imparciais, claras e objetivas como previsto no art. 7º do Código de Ética do Jornalista: “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos conhecimentos”. Tal preocupação nos levou ao interesse pelo estudo de um programa de rádio, afim de saber como é feito o processo de seleção das noticias e como são tratadas as fontes.
O presente artigo pretende então abordar a análise da rotina produtiva do A Tarde Pub, tendo como objeto de estudo a produção do programa da rádio A TARDE, emitido semanalmente de segunda-feira à sexta-feira. Para a análise foram selecionados os áudios do mês de setembro de 2007, veiculados nos dias 17, 18 e19.
O trabalho aborda a importância do processo de produção da informação para toda e qualquer atividade jornalística. Sob a perspectiva do programa A Tarde Pub, acompanhamos a rotina produtiva na própria rádio. Posteriormente, apresenta-se a metodologia utilizada para a análise do objeto de estudo bem como o referencial teórico utilizado. Em ato contínuo, é apresentado um breve historio do A Tarde Pub.

2. Notícia e Técnica de Redação em Rádio

É de senso comum definir a notícia como um relato de fatos atuais que interessam à sociedade. Para FERRARETTO (2001, p.193) “o que torna um fato objeto de interesse jornalístico no rádio não difere, em sua essência, do verificado-nos demais meios de comunicação”. Segundo Rabaça Barbosa, no próprio livro de Ferraretto (2001, p.194), a notícia é um “relato de fatos ou acontecimentos atuais, de interesse e importância para a comunidade, e capaz de ser compreendido pelo público”. No entanto, em rádio a notícia não depende apenas das palavras, mas também da entonação que é dada à voz durante a narração da notícia. De acordo com Luiz FERRARETTO (2001, p.193) o texto produzido para rádio apresenta características próprias, ele deve ser mais claro e conciso do que os outros meios de comunicação, pois o ouvinte, não tem como recorrer a uma leitura posterior da notícia, como em outros veículos.
O tratamento dado aos fatos deve ser adaptado a uma linguagem específica e a um público determinado. Isso varia de acordo com o meio de comunicação em que a notícia será veiculada, tendo em vista que o processo de transformação do fato ou acontecimento em notícia atende a dois parâmetros, que serão citados no parágrafo seguinte. Para o autor Jorge Pedro Souza (2002) as notícias têm sempre a marca da ação pessoal de quem as produz, embora temperada por outras forças conformadoras, ou seja, as notícias são frutos da interação entre a ação pessoal e as demais ações (social, organizacional, ideológica, do meio físico-tecnológico e histórico).
Depois dessa transformação a mensagem passa por um processo de seleção onde é escolhida qual notícia vai ou não ser publicada, obedecendo segundo FERRARETTO, dois parâmetros: os critérios de validação do grupo dominante e os de teor informativo. Os critérios de validação da notícia geralmente estão expressos nas normas de editoriais da empresa, além de seguir alguns padrões noticiosos, como: atualidade (a notícia deve ser recente no momento de publicá-la); proximidade com o público; envolvimento de pessoas importantes para a sociedade; deve ser de interesse público; e inusitado, sendo que esse último não é obrigatório em todos os casos.
Esse processo de seleção da notícia é antigo e pode ser constatado numa das primeiras teorias do jornalismo: a teoria do gatekeeper. O termo foi introduzido pelo psicólogo social Kurt Lewin num artigo publicado em 1947, sobre as decisões domésticas na aquisição de alimentos para casa e refere-se à pessoa que toma uma decisão numa seqüência de decisões. No entanto, o conceito foi aplicado pela primeira vez ao jornalismo por David Manning White.
Segundo Nelson Traquina (2005, p. 150) “nesta teoria, o processo de produção da informação é concebido como uma série de escolhas onde o fluxo de notícias tem de passar por diversos gates, isto é, “portões” que não são mais do que áreas de decisão em relação às quais o jornalista, isto é o gatekeeper, tem de decidir se vai escolher essa notícia ou não”. Significa que as notícias passam por uma seleção antes de serem publicadas, fazendo parte de um conjunto de interesses individuais. Gieber (1964) fala que “as notícias só podem ser compreendidas se houver uma compreensão das “forças sociais” que influenciam a sua produção.” (TRAQUINA, 2005. P. 152), o que justifica o interesse individual na produção das notícias.
Para entender o processo de seleção das notícias e a necessidade da apuração dos fatos, temos que entender antes, que, as informações chegam no rádio de diversas maneiras e, por isso, é necessário que se tenha uma equipe de jornalistas voltada para apuração e organização dessas informações. Esses profissionais podem ser de origem interna (equipe de reportagem, enviados especiais, correspondentes) ou externa (Informantes, ouvintes, agências de notícias, outros veículos de informação, Assessoria de Imprensa e Internet).
Segundo Luiz Ferraretto, o processo de produção da notícia no rádio ocorre como numa redação qualquer, eles fazem a definição de pauta, onde escolhem os assuntos que serão objetos de cobertura jornalística pela emissora, os chefes de reportagem coordenam o trabalho dos repórteres e, quando houver, dos correspondentes e enviados especiais. Com as informações apuradas eles partem para redação textos jornalísticos e por fim, os editores selecionam e ordenam o material informativo a ser transmitidos nos noticiários. Por fim as emissoras de rádio dão forma ao texto, adequando-os às características do veículo, podendo o texto ser de caráter: informativo, interpretativo ou opinativo.

3. Metodologia

Visando uma breve abordagem acerca da rotina produtiva do A Tarde Pub, o presente artigo propõe uma breve reflexão, partindo da análise do programa A Tarde Pub, da Rádio A Tarde – FM 103,9 MHZ – Salvadora – Ba, que vai ao ar de segunda a sexta das 18h às 19h. Para a análise, foram selecionados os áudios do programa durante os dias 17, 18 e 19 do mês de setembro/2007, num total de três edições.
A escolha pelo A TARDE Pub se deu pelo fato do mesmo ser um programa que leva ao ouvinte música, notícia e os principais acontecimentos do dia, no período de uma hora. Salienta-se, entretanto, que tal afirmação não significa que os demais programas de outras emissoras de rádio não produzam esse mix entre notícia e música.
Na definição do trabalho, estabeleceu-se que o período analisado deveria ser apenas de três dias alusivo ao primeiro bimestre do ano de 2007. Desta forma, a escolha pelos dias 17, 18 e 19 ocorreu de forma aleatória para termos uma idéia do que era o programa, antes de acompanharmos no segundo bimestre: a própria rotina produtiva do A Tarde Pub, agendado para o dia 18 de outubro com a responsável pelo programa Paula Pita.
Tendo em vista que a abordagem do trabalho é analisar a rotina produtiva do A Tarde Pub, inicialmente houve uma leitura sobre a história da rádio, a teoria do “gatekeeper” , a técnica de redação para a rádio e outros textos relacionados ao tema, além de ouvir três dias do programa, visando obter conhecimento teórico, antes de ir conhecer e acompanhar a rotina e a gravação do programa. O próximo passo foi à concentração das informações neste documento.

Diante disso, a última etapa do trabalho abrange a análise e interpretação do programa, com base no referencial teórico abalizado e na visita que ainda será feita à rádio, visando uma abordagem crítica de como se dá a produção da notícia nesse veículo de comunicação.
Como referencial teórico realizou-se, leituras acerca da história da rádio, a teoria do “gatekeeper”, a técnica de redação para a rádio e outros textos relacionados ao tema, visando embasamento teórico e consulta ao portal do A TARDE FM, a fim de conhecer seu histórico, diante da rádio, para posterior aplicação sobre as informações apuradas durante a visita. Sobre a temática do trabalho, destacaram-se entre as leituras já realizadas, as seguintes obras:
O livro Teorias do Jornalismo, de Nelson Traquina, onde o autor aborda a teoria da ação pessoal ou a teoria do “gatekeeper” que trata o processo de produção da informação através de uma série e escolhas, onde a notícia passa por diversos “gates”, que dependem da decisão do jornalista a cera de qual notícia vai ou não ser publicada; O livro Rádio: o Veículo, a História e a Técnica, de Luiz Arthur Ferraretto, que aborda a produção da informação dentro de uma rádio, a técnica, a estrutura da notícia, as fontes, o texto e os fundamentos teóricos que norteiam o mesmo e a natureza da produção; A monografia Análise da Rotina Produtiva da BandNews FM Salvador, de Renata Veiga, que analisa a rotina produtiva de um programa de rádio de Salvador e por fim o Código de ética do jornalismo no Brasil, onde extraímos apenas o artigo 7º para o embasamento da necessidade de apuração de fonte de informação.

4. A Tarde Pub

A rádio A TARDE FM foi criada em 1981 e está atualmente entre as três emissoras mais ouvidas nas classes A/B (Ibope EasyMedia) na Região Metropolitana de Salvador, segundo informações do site. A programação musical e as informações jornalísticas são produzidas pela equipe de mais de 170 jornalistas do jornal A TARDE, do portal A TARDE on line, da Agência A TARDE e da equipe de repórteres e colunistas da rádio. As informações disponibilizadas na rádio podem ser vistas na íntegra nos outros canais do A TARDE (jornal impresso e no site).
Segundo informações do site o programa a rádio conta com os seguintes programas: A Tarde notícias, Sintonia Fina, Bahia Náutica, Caderno 2, Coisas da Bahia, Hora Certa, Minuto A TARDE, Domingo Ao Vivo, Conversa Brasileira, A TARDE FM Especial, Top 20, Non Stop, Madrugada Livre, Na Pista, Lounge A TARDE FM, Jam Session, A Tarde Interativa, A Tarde MPB, A Tarde Sucessos e A TARDE Mundo, No Trânsito e A TARDE PUB, o último programa citado deu origem ao presente artigo.
O "A Tarde Pub "é produzido pelas jornalistas Paula Pitta e Driele Veiga e vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 18 às 19h, mas devido ao horário de verão é transmitido das 17h as 18h aqui em Salvador, apresentando músicas de diversos gêneros, notícias e os principais acontecimentos do dia. As notícias veiculadas no A Tarde Pub são produzidas por alguns dos profissionais da equipe A TARDE, são eles: “Ranulfo Bocayuva (Jornalista e Diretor Executivo do Grupo A TARDE. Participa toda quinta-feira do A TARDE Pub, comentando os principais acontecimentos internacionais). Edivaldo M. Boaventura (Professor da Universidade Federal da Bahia e membro da Academia de Letras da Bahia. Na Rádio A TARDE FM, participa toda terça-feira do quadro Dicas de Vinho, no A TARDE Pub). Ricardo Mendes (Profissional com 20 anos de atividade nas principais empresas de comunicação do Brasil. Recebeu prêmios regionais, nacionais e internacionais de jornalismo. Na A TARDE FM, é colaborador do A TARDE Pub, comentando sobre economia e finanças pessoais). Biaggio Talento (Jornalista do grupo A TARDE. Colabora com A TARDE FM participando do A TARDE Notícias e do A TARDE Pub comentado os principais fatos políticos de Salvador e da Bahia). Edmilson Ferreira (Editor do A TARDE Esporte Clube. Colabora com A TARDE FM participando do A TARDE Notícias e do A TARDE Pub com comentários sobre os acontecimentos esportivos)”. (site A TARDE FM)
O A Tarde Pub está no ar há um ano e meio e sua programação segue com três comentários diários, feitos por jornalistas do Grupo A TARDE sobre fatos do dia: dois são de colaboradores internos e o terceiro de um dos colaboradores externos Alexandre Garcia e Nelson Mota. Eles escolhem o tema, produzem todo o material de áudio e enviam para a rádio. Além dos comentários, são veiculadas cinco manchetes (com duração de mais ou menos 30 segundos).
As manchetes são escolhidas minutos antes de o programa ir ao ar, devido às atualizações constantes das notícias. A teoria do gatekeeper mencionada anteriormente é aplicada na prática quando Driele Veiga ou Paula Pitta acessam os principais sites noticiosos na internet, verificam quais as notícias que estão em maior circulação nos outros veículos de informação e a partir daí selecionam duas manchetes de notícias locais, duas nacionais e uma internacional. Algumas manchetes instigam os ouvintes, mas devido ao curto tempo do programa, não há acompanhamento ou aprofundamento no que foi noticiado.
O A Tarde Pub é gravado em estúdio minutos antes de ir ao ar, caso haja algum acontecimento inesperado, o repórter ou comentarista vai à rua e o comentário é feito ao vivo diretamente do local. A equipe entra em contato com o comentarista por telefone, para confirmar sobre qual assunto ele vai falar no programa e para lembrá-lo que é o dia de sua gravação. Quando ocorre algum imprevisto e o comentarista do dia não pode gravar, Driele ou Paula utilizam algum material que já estava pronto para outro programa, desde que tenha a ver com o perfil do Pub.
Quanto ao processo de seleção do que será comentado, observou-se durante o acompanhamento da rotina produtiva do programa, que os comentaristas não seguem uma linha editorial, tendo eles o livre arbítrio de escolher sobre qual fato quer comentar. Comprovando na prática a teoria do gatekeeper, abordada por Nelson Traquina e outros autores, que privilegia a ação pessoal do jornalista durante a escolha de qual notícia vai ou não ser publicada. O A Tarde Pub é apresentado por Leleco Júnior, que está no comando desde o surgimento do programa.
A rotina produtiva do A Tarde Pub se resume na escolha e gravação das manchetes, minutos antes do programa ir ao ar. Depois da gravação dos comentaristas, Paula Pita ou Driele Veiga produzem a cabeça (texto de apresentação do assunto que será tratado) do comentário e passam para Leleco Júnior. Leleco por sua vez, apresenta o programa e seleciona as músicas através de um software (programa para computador) de reprodução musical interno.
Paralelo a produção do A Tarde Pub Paula Pita e Driele Veiga, fazem matérias para o A Tarde notícias, que também vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7:00 as 7:15 da manhã e das 12:00 as 12:15 da manhã. A equipe de jornalismo do A Tarde FM, Paula Pitta, Driele Veiga, Patrícia Narriman e Rafael Cruz, produz as matérias e faz as gravações de áudio. Sendo que Paula Pita e Driele Veiga produzem o A Tarde Notícias que vai ao ar pela manhã e Patrícia Narriman e Rafael Cruz produzem o de meio dia.
Todos os dias eles acessam o banco de pautas, que fica num programa interno chamado GN3, para saber quais são os jornalistas que estão produzindo as notícias. Daí elas selecionam qual notícia será destaque no A Tarde Notícias, se a matéria escolhida já estiver em produção o próprio jornalista faz a gravação, caso não esteja em produção, elas vão cobrir o assunto. Segundo Driele Veiga, os contatos para as matérias são feitos em sua maioria por telefone, dificilmente a equipe vai para as ruas, com exceção dos casos inusitados, como a rebelião no presídio de Salvador, que ocorreu dia 31 de julho de 2007 no bairro da Mata Escura, a rádio enviou uma repórter para cobrir o acontecimento ao vivo do local.


5. Considerações Finais

Após a análise da rotina produtiva do A Tarde Pub, percebemos que os critérios de seleção e validação da informação atende na prática ao que Nelson Traquina e Pedro Souza definiu como teoria do gatekeeper, onde o jornalista tem o poder de decidir qual a informação será transmitida, através de uma escolha pessoal.
Observamos que o A Tarde Pub é um programa opinativo devido a ter sua essência, que é a informação, produzida e apresentada por comentaristas, que não seguem uma linha editorial, tendo o privilégio de escolher sobre o que vai comentar. O critério de validação da notícia utilizado por eles nessa escolha dos comentários e das manchetes é o da atualidade, ou seja, o assunto que os formadores de opinião e as produtoras do programa selecionam para comentar deve estar em discussão em outros veículos de informação.
Atentamos ainda, para a necessidade que o jornalista tem em veicular notas rápidas e atuais sobre variados assuntos. Tal necessidade se deve ao fato do veículo em questão ser o rádio, que nos traz o caráter prático de informação, onde o ouvinte pode dividir a atenção entre ouvir a programação e realizar outras atividades cotidianas. O A Tarde Pub veicula conteúdo informativo aliado à música num mesmo espaço e no período de uma hora. As informações devem conter o máximo de clareza possível.
Em conclusão final podemos dizer que as teorias mencionadas no decorrer do artigo sob a perspectiva de diversos autores se aplicam claramente à rotina produtiva do programa A Tarde Pub. Quanto ao conteúdo jornalístico percebemos que não há uma apuração minuciosa do fato devido ao caráter opinativo do programa.



6. Referências

CÓDIGO DE ÉTICA. O Código de Ética do jornalismo no Brasil. Disponível em: <http://www.jornalistas.org.br/download/legis_codigo_etica.doc>. Acesso em: 17/09/2007 às 18h
FERRARETTO, Luiz. Rádio: o Veículo, a História e a Técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.

SOUZA, Jorge Pedro. Teorias da Notícia e do Jornalismo. Chapecó: Argos, 2002, pg. 45-99.

VEIGA, Renata Leal. Análise da Rotina Produtiva da bandnews FM Salvador. Trabalho de Conclusão de Curso. Salvador-Ba: Editora FACULDADE SOCIAL DA BAHIA, 2006.
SITE da Rádio A Tarde FM. Disponível em Acesso em: 16 de setembro de 2007 às 18h.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Agregações Eletrônicas ou Comunidades Virtuais?

Por Josenara Sales

O texto de André Lemos faz uma analise a cerca das comunidades virtuais e das agregações eletrônica presentes no ciberespaço. Para ele o conceito de comunidade virtual pode ter relação com as listas de discussão, as salas de bate-papo, newsgroups e websites e as próprias listas de discussão, pois o ciberespaço propicia a união de grupos através das afinidades temáticas. No entanto, nem tudo no ciberespaço pode ser definido como comunidade, devido aos agrupamentos formados em torno dessas mesmas listas de discussão. O estudo de André Lemos sobre comunidade baseia-se de início em duas experiências concretas. A primeira tem como objetivo de agregar interessados em discutir a cultura eletrônica brasileira e mundial. A segunda seria a criação de um instrumento ágil de comunicação entre os membros.

Para o sociólogo F. Tönnies existem duas maneiras de relação social: A primeira relação humana é movida de acordo com a vontade natural do ser humano, essa vontade atende as necessidades básicas da sobrevivência de um grupo. Segundo Tönnies essa relação é considerada Gemeinschaft. A segunda é movida de acordo com os interesses individuais. Esse surge com a sociedade pós-moderna. As relações tem como objetivo racionalizar o futuro. Este modo é considerado como Gesellschaft.
As comunidades surgem então a partir dessas duas formas de relações humanas, ou seja, das afinidades naturais de um grupo ou de interesse individuais. André Lemos, diz que: "Os membros das comunidades virtuais de um ciberespaço, compartilham um espaço telemático e simbólico (chats, listas newsgroups, websites), mantendo uma certa permanência temporal, fazendo com que seus participantes se sintam parte de um agrupamento de tipo comunitário, diferentemente de outros que podem se dar no mesmo espaço temático sem, no entanto, guardarem qualquer vinculo afetivo e/ou temporal".
A partir dessa afirmação do autor, podemos chegar talvez à resposta do título "Agregações eletrônicas ou comunidades virtuais?" Nem tudo que está no ciberespaço pode ser considerado comunidades virtuais, pois nem tudo que está no espaço telemático gera uma integração duradoura entre os usuários.
As primeiras agregações em torno dos computadores surgiram em meados da década de 70 nos EUA. Essas agregações foram formadas a partir da atitude de instituições, pesquisadores e alunos utilizarem a internet para trocar mensagens. A partir daí alguns programas foram criados e aperfeiçoados para facilitar a interação entre os usuários, dando inicio as comunidades virtuais.

Segundo André Lemos ,no ciberespaço existem dois tipos de agregações eletrônicas: As comunitárias e as não comunitárias. As primeiras são aquelas onde existe, por parte de seus membros, o sentimento expresso de uma afinidade subjetiva delimitada por um território simbólico, cujo compartilhamento de emoções e troca de experiências pessoais são fundamentais para a coesão do grupo. O segundo tipo, refere-se a agregações eletrônicas onde os participantes não se sentem envolvidos, sendo apenas um locus de encontro e compartilhamento de informações e experiências de caráter totalmente efêmero e desterritorializado.


Esse vídeo retirado do youtube representa bem a nossa sociedade hoje e a afirmação de Adelina Silva, em seu artigo "Mundos Reais, Mundos Virtuais. Os Jovens nas salas de chat"
pubicada na Revista TEXTOS de la CiberSociedad. Número 6

"Deixamos de vivenciar um só espaço, uma só comunidade e um só mundo, para passarmos a co-habitar espaços, comunidades, mundos. Paralelamente ao espaço físico, comunidade real e/ou mundo real, surge o ciberespaço, a comunidade virtual, o mundo virtual.”



quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Jornalismo científico: Um estudo de caso do Jornal A Tarde

1. INTRODUÇÃO

O jornalismo científico hoje é tão importante para a sociedade como qualquer outro tipo de jornalismo, pois favorece o desenvolvimento social e apresenta ao mundo os avanços tecnológicos. Além do que, as descobertas no campo da ciência e suas repercussões quando noticiadas implicam diretamente na vida cotidiana da população. Para Wilson Bueno, no jornalismo científico, com mais ênfase que nos demais, o grau de dependência do jornalista em relação às suas fontes é bem mais acentuado, uma vez que as mesmas, na maioria das vezes, são especialistas no assunto da pauta, por trabalharem diretamente com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.
O jornalista, como profissional responsável por transmitir informações imparciais, claras e objetivas, deve por lei apurar bem os fatos como previsto no art. 7º do Código de Ética do Jornalista: “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos conhecimentos”. No entanto, muitos jornalistas ignoram tal compromisso e não apuram aquilo que está além da notícia e da fonte. Tal postura se dá, sobretudo, devido ao limitado conhecimento de alguns profissionais sobre assuntos científicos e à credibilidade que pesquisadores, cientistas e técnicos têm diante do público.
Este estudo aborda a análise da relação fonte x jornalista no jornalismo científico, tendo como objeto de estudo o editorial Observatório, do jornal A TARDE, publicado semanalmente às quintas-feiras. Para a análise, foram selecionadas as editorias do mês de novembro de 2006, publicadas nos dias 16, 23 e 30.
Inicialmente, o trabalho aborda a importância das fontes de informações para toda e qualquer atividade jornalística. Sob a perspectiva da relação jornalista x fonte, há uma breve abordagem do jornalismo científico e o uso de fontes no mesmo. Posteriormente, apresenta-se a metodologia utilizada para a análise do objeto de estudo bem como o referencial teórico utilizado. Em ato contínuo, é apresentado um breve historio do Jornal A TARDE e do Editorial Observatório. Por último, a quantificação e análise dos resultados e variáveis apurados durante o período analisado, visando uma compreensão do jornalismo científico e da relação das fontes diante dos textos publicados.

2. FONTES NO JORNALISMO

O progresso do jornalismo está relacionado com o desenvolvimento nos meios de comunicação. Não basta, pois, limitar-se a gostar de escrever, é preciso saber o que se vai escrever e isso vai se tornando importante à medida que o profissional de jornalismo dedica-se a buscar um exercício diário e de entrosamento familiar com o seu trabalho.
Segundo Juan Beneyto, um dos primeiros passos mais importantes que levam a esse progresso é considerar-se plenamente cidadão, pois o homem de hoje precisa estar interado de boas informações e para isso, ele precisa dispor de fontes informativas que lhe permitam conhecer o que se passa e, em seguida, formar juízo sobre os acontecimentos.
A arte de fazer reportagem está relacionada a manter-se sempre a par dos acontecimentos do dia, ler outros jornais e revistas, ouvir o maior número possível de programas noticiosos como rádio e televisão e principalmente criar vínculos “pessoais” mantendo bons relacionamentos com instituições ou personagens que testemunham ou estão sempre participando de eventos de interesse público.
O processo de relacionamento com as fontes é derivado de conhecimento e bom domínio de informações e para isso é necessário, que o profissional que busca qualificar-se e interagir-se com a sociedade e os meios de comunicação que ele atua, esteja sempre em comunhão com pessoas ou instituições que possam fornecer assuntos de muito interesse.
É preciso saber identificar de maneira técnica e analítica os tipos de fontes. As mais utilizadas são as fontes fixas e as fora de rotina. A primeira, voltada para assuntos do cotidiano, embora não revelem muito interesse, elas podem mesmo assim, serem importantes. As fontes fixas são encontradas e visitadas obrigatoriamente pelos repórteres em locais públicos como a Polícia, Corpo de Bombeiros, Prefeitura, Câmara Municipal, Congresso Nacional, Centros de Saúde, Hospitais entre outros. Na verdade elas se resumem desde as Agências Noticiosas, Informantes até os próprios amigos do jornal e pessoas voluntárias; já a segunda, é direcionada especialmente quando o esclarecimento de um fato o exige, como por exemplo, a causa de uma condenação esperada.
O universo das fontes é muito amplo, existindo uma diversidade de situações que estão diretamente relacionadas com os tipos de notícias. As fontes não declaradas são exemplos dessa diversidade. São aquelas pessoas bem informadas, como altos funcionários ou políticos importantes, que confiam em adiantar alguma notícia, ou até mesmo fazer uma análise ou julgamento relacionado a acontecimentos delicados, ou seja, são como informações confidenciais.
O universo dessas fontes vai se ampliando à medida que as informações adquiridas vão criando mais espaço num campo de processo investigativo, podendo ser diretas, indiretas e adicionais, onde as diretas estão relacionadas a pessoas envolvidas em um fato ou ocorrência; já as indiretas são as pessoas que, por se sentirem no dever de contribuir de maneira cívica e social com a sociedade ou comunidade em que vivem, desejam colaborar por saberem de um fato circunstancial e por fim, as adicionais, que fornecem complemento para as informações suplementares.
Há ainda aquela situação em que as fontes são analisadas de maneira como aparecem na notícia. Essas, porém, são qualificadas como ostensivas ou indeterminadas. As ostensivas quando o leitor pode identificar sem dificuldades, quem forneceu um determinado dado para aquela matéria; enquanto que as indeterminadas são tidas como gerais, onde o leitor não pode identificar quem é o autor daquela determinada informação.
A expressão “fonte” também pode ser interpretada como um termo geralmente usado pelos jornalistas em geral que não desejam revelar onde conseguiram os elementos para os quais produziram suas matérias. É curioso acrescentar que, no jornalismo, o termo “porta-voz” é muitas vezes confundido como fonte, mas, o que é preciso saber, é que o porta-voz não deixa de ser um exemplo de fonte e não uma fonte necessariamente. Digamos que o porta-voz seja uma fonte autorizada, representada por uma pessoa física (alta autoridade) ou jurídica (um grupo importante) que tem como função, expressar autorizadamente os respectivos pensamentos.
É preciso que o trabalho de apuração de dados e/ou fatos, seja do cotidiano ou não, nunca se transforme numa guerra de informações. As fontes devem ser entendidas como meios de perceber a realidade, construindo um modelo mental dela, seja numa conversa ou num desabafo, buscando interagir o informante com a mensagem.

3. JORNALISMO CIENTÍFICO

A divulgação de informações voltadas para a Ciência e Tecnologia (C&T) é tão importante para a sociedade quanto às informações sobre política, economia, cidadania, etc., pois além de contribuir para a formação de uma cultura científica, favorece a interação dos diferentes grupos sociais nos debates voltados parta esse setor, oferecendo assim o direito do cidadão comum opinar a favor ou contra as propostas e decisões tomadas. Segundo Fabíola Teixeira (2002, pg.12), mesmo com os avanços científicos e tecnológicos nas mais diversificadas áreas, ainda persiste no país “uma certa resistência” em divulgar conteúdos sobre C&T não apenas por parte dos leigos, mas também por parte de profissionais da área de comunicação e pesquisadores, devido à possível dificuldade em transmitir o assunto para o público. Atrelado a isso surge o questionamento: — para quem divulgar C&T?
Fabíola de Oliveira (2002) defende que independente da classe socioeconômica da população brasileira, o jornalismo científico deve ser divulgado entre todas as pessoas, para o exercício da democracia participativa na sociedade, tendo em vista a inserção deles na base da pirâmide social, uma vez que todos os cidadãos participam das eleições governamentais e que a C&T trazem conseqüências comerciais, estratégicas, burocráticas, e na saúde, o que interfere diretamente no processo político. Sobre esse aspecto citado por Teixeira, Warren Burkett (1990, pg.133), cita em seu livro que:

As histórias sobre tais tópicos contem elementos carregados de valores noticiosos: conflito, sobrevivência, dinheiro, poder, impacto e personalidade. Esses afetam e são afetados pela comunidade científica, assim como todas as outras comunidades ou interesses especiais. [...]
Entretanto, para que a divulgação de C&T ocorra como expressão de democracia participativa, é necessário que se entenda o processo de produção de informações para as mídias, partindo da abordagem acerca de uma das matérias primas do jornalismo: as fontes de informações.
Segundo Wilson da Costa Bueno (2005) em seu artigo “O jornalismo cientifico e o compromisso das fontes”, o jornalismo científico, enquanto elemento difusor de notícias relacionadas à C&T, pode ser visto como o que mais possui fontes à disposição. As fontes são representadas por empresas, entidades, associações acadêmico-científicas, pesquisadores e cientistas. Acontece, porém, que algumas editorias que se dizem “especializadas” em jornalismo científico, diante da confiabilidade e credibilidade de suas fontes, deixam de cumprir atribuições inerentes a qualquer atividade jornalística, sobretudo as relacionadas à apuração de fatos e informações transmitidas pelas fontes. Tal tendência imputa o risco de transmissão de informações tendenciosas a interesses particulares. Um exemplo disso está na relação entre os jornalistas e os agentes sociais, onde os primeiros exploram através dessas fontes oficiais ou não, contradições que existem entre estes agentes.
Outro fator importante entre as fontes de jornalismo científico é identificar a ligação entre o profissional do jornalismo com a divulgação da ciência e tecnologia C&T, pois é difícil encontrar profissionais da imprensa que se dediquem a trabalhar exclusivamente neste campo. Para Fabíola de Oliveira (2002), a justificativa para esse desinteresse pode ser apontada pela falta de capacitação e/ou interesse dos profissionais, o que se converte numa espécie de “dificuldade de transmitir o assunto” para o público do ponto de vista do cientista-pesquisador. Já para Wilson Bueno (2005), o ínfimo interesse na divulgação de C&T pode também estar ligado à relação desequilibrada entre o repórter e a fonte. Tal relação precisa ser bem equilibrada, o responsável pela publicação da notícia deve estar antenado ao assunto em pauta e deve ouvir todas as fontes necessárias, para que a cobertura jornalística voltada à C&T não fique fragmentada, ou perca seu sentido informativo e termine servindo apenas para fins mercadológicos. Bueno (2005) ainda fala que a aceleração do processo de produção jornalística atropela a coleta e a “checagem” das informações.
A arte de entrevistar fontes jornalísticas voltadas para a C&T exige do profissional uma visão crítica e interdisciplinar, uma aguçada capacidade de reflexão e muita dedicação, deixando para trás os velhos hábitos e condicionamentos comuns nas redações, como por exemplo, as formalidades contextuais do cotidiano que divergem da ciência e da tecnologia. O grande desafio é encontrar fontes sólidas e responsáveis, que não estejam voltadas exclusivamente e/ou envolvidas com fatos espetaculares, de ordem irregular e ausentes de especializações.
Além do comprometimento da informação, deve haver uma relação de cumplicidade entre fonte x jornalista, onde no momento da entrevista, o profissional deve exercer um esforço para estabelecer sigilo e controle que estão diretamente voltados para as apurações científicas, com o intuito de proteger interesses de parcerias privadas para financiamentos de grandes projetos, por exemplo.

4.METODOLOGIA

Visando uma breve abordagem acerca da relação jornalista x fonte no jornalismo científico, o presente artigo propõe uma reflexão, partido da análise do Observatório, editoria de C&T do Jornal A TARDE, publicada semanalmente às quintas-feiras. Para a análise, foram selecionadas as editorias publicadas durante o mês de novembro/2006, nas publicações dos dias 16, 23 e 30, num total de três edições.
A escolha pelo Jornal A TARDE se deu pelo fato do mesmo ser um dos únicos grandes jornais baianos a dedicar uma editoria exclusivamente para falar de C&T. Salienta-se, entretanto, que tal afirmação não significa que os demais jornais da capital baiana não falem sobre C&T. O que ocorre é que os demais jornais da capital baiana — Correio da Bahia e Tribuna da Bahia — publicam as matérias relacionadas à C&T em outras editorias, geralmente às de saúde, economia, etc., a depender do enfoque e enquadramento das matérias.
Na definição do trabalho, estabeleceu-se que o período analisado deveria ser mensal e alusivo ao segundo bimestre do ano de 2006. Desta forma, a escolha pelo mês de novembro foi de forma aleatória, dentre os meses junho/dezembro. O grupo também acatou sugestão da orientação da orientadora do trabalho, Profª. Débora Lopez, que indicou o mês de novembro como opção de escolha, pelo fato de ser um dos períodos do ano em que um número considerável de pesquisas de C&T é finalizado e disponibilizado à mídia para veiculação.
Tendo em vista que a abordagem do trabalho é analisar a relação jornalista x fonte no jornalismo científico do editorial Observatório do Jornal A TARDE, inicialmente houve uma leitura de todas as matérias e notas curtas publicadas durante o período analisado, visando uma quantificação dos mesmos, conforme se vê na tabela e/ou apêndice 1. Partindo dos valores totais encontrados em cada categoria estabelecida, o próximo passo foi a tabulação de todas as espécies de fontes detectadas nas matérias e notas curtas analisados, com o objetivo de relacionar as variáveis encontradas.
Em relação às variáveis, de acordo com os dados apurados, foram estabelecidas as seguintes categorias: matérias assinadas por jornalistas; matérias assinadas por agências de notícias; fontes institutos de pesquisa; fontes que se repetem; fontes preservadas; pesquisadores autônomos e entidades, que serão explicadas posteriormente nos resultados.As sete categorias de variáveis selecionadas para a análise foram estabelecidas a partir da categoria de fontes oficiais e oficiosas, de LAGE (2002), o qual declara que:
[...] Fontes oficiais são mantidas pelo Estado; por instituições que apresentavam algum poder de Estado, como as juntas comerciais e os cartórios de ofício; e por organizações, como sindicados associações, fundações, etc. Fontes oficiosas são aquelas que, reconhecidamente ligadas à uma entidade ou indivíduo... e Fontes Independentes que são aquelas desvinculadas de uma relação de poder ou interesse específico em cada caso. [grifo nosso]Diante disso, a última etapa do trabalho abrange a análise e interpretação das variáveis encontradas, com base no referencial teórico abalizado, visando uma abordagem crítica de como se dá o posicionamento do Observatório na relação jornalista x fonte.


5. O JORNAL A TARDE


O Jornal A TARDE foi fundado em 15 de outubro de 1912 por Ernesto da Silva Freitas Filho, falecido em 1957. Atualmente é presidido pela sua Filha Dona Regina Simões de Mello Leitão. Com veiculação diária, o jornal tem como compromisso levar a informação aos seus leitores com qualidade e para isso, conta com 16 cadernos que abordam temas dos mais diversos, adequando-se aos interesses de seu público leitor e anunciante. Atualmente, é um dos veículos de comunicação de maior circulação do Norte/Nordeste e as informações por ele produzidas geram um efeito significativo a longo prazo em toda sociedade. Afrânio Coutinho, professor, crítico literário e ensaísta brasileiro, fala a respeito da força que o jornal A TARDE tem perante a sociedade para o seu fundador Ernesto da Silva Freitas Filho.

[...]Não lhe foi possível dedicar à Bahia o que a sua força moral lhe reservava em energias, competência, espírito público, capacidade de servir. Deu-lhe, no entanto, outra arma, o seu grande jornal, que penetra em todos os lares baianos, imprescindível, indestrutível, a sua voz, a voz de todos, a voz que fala por todos. [1][...]
Diante de seu alcance o grupo A TARDE define-se como imparcial e neutro em todos os seus temas. Visando uma verificação de tal postura, o presente artigo analisou o Observatório, editoria de ciência e tecnologia do Jornal A TARDE.
Segundo Tatiana Mascarenhas, o jornal A TARDE, deu um importante incentivo a divulgação de C&T em meados de 2003, ao criar uma página semanal intitulada como Ciência/ Saúde, publicada todas as terças-feiras, devido há ser o dia em que havia pouca venda do jornal. Período em que o jornal passou por algumas reformulações sob o comando do jornalista Ricardo Noblat, sua intenção era atrair os leitores.
De início a intenção do grupo A Tarde era unir as matérias de C&T internacionais com o noticiário local. Grande parte dos textos publicados eram produzidos por agências de notícias internacionais que davam algumas vezes destaque a trabalhos realizados pelos centros de pesquisas baianos. Hoje a editoria tem o nome de Observatório, aborda mais assuntos ligados a saúde do que ao próprio desenvolvimento de C&T, e passou a ser publicada de forma esporádica e as quintas-feiras. Observamos que geralmente são publicadas três vezes no mês, ao em vez de quatro.
Embora inicialmente quantitativos, os resultados que se seguem servirão de base para a análise e interpretação da relação jornalista x fonte, partindo das variáveis detectadas no objeto de estudo bem como da dimensão teórica em torno do jornalismo científico e o compromisso das fontes.
Foram encontrados no editorial Observatório durante o período analisado um total de 9 (nove) matérias, 15 (quinze) notas curtas, 51 (cinqüenta e uma) fontes e 27 (vinte e sete) variáveis. Preliminarmente, pode-se constatar um número razoável de fontes em relação ao número de matérias publicadas durante o período. Por outro lado, observa-se também uma pouca divulgação de C&T por parte do Observatório, uma vez que, durante um mês de análise, apenas três edições do editorial foram publicadas, com três matérias em cada edição.
Em relação às variáveis, de acordo com os dados apurados, foram estabelecidas as seguintes categorias:
1. Matérias assinadas por jornalistas – matérias principais de cada edição do Observatório que, diferente das matérias secundárias e das notas curtas, possui assinatura de jornalista. Nesta variável foi encontrado um total de três matérias, sendo duas matérias assinadas pelo jornalista Cláudio Bandeira (edições de 16 e 30/11/06) e uma assinada pelos jornalistas Fabiana Mascarenhas e Juscelino Souza (edição de 23/11/06). Tal resultado vai de encontro com a teoria de Oliveira (2002), quando a mesma diz que, no jornalismo científico, é difícil encontrar profissionais da imprensa que se dediquem exclusivamente neste campo. Os resultados encontrados pressupõem uma escassez de jornalistas especializados em C&T, uma vez que, durante o período analisado, duas das três matérias principais são assinadas pelo mesmo jornalista.
2. Matérias assinadas por agências – matérias produzidas por agências de notícias e geralmente são publicadas da forma como são recebidas. Nesta variável foi encontrado um total de quatro matérias secundárias, sendo três matérias assinadas pela Agência FAPESP, de São Paulo-SP (edições de 16 e 30/11/06) e uma assinada pela Agência Estado, de Chicago-IL/EUA (edição de 16/11/06). Tal resultado revela uma tendência comum em algumas editorias de C&T, que é de divulgar uma grande quantidade de matérias prontas, ou se seja, aquelas produzidas por agências de notícias. Conforme Bueno (2005), tal comportamento induz a uma prática de jornalismo científico que, diante da confiabilidade e credibilidade das agências e/ou fontes especializadas, deixam de cumprir algumas atribuições inerentes a qualquer atividade jornalística, sobretudo as relacionadas à apuração dos fatos e informações transmitidas pelas fontes.
3. Fontes Institutos de Pesquisas – fontes que, como o próprio nome já diz, são representadas por institutos de pesquisas na condição de divulgadores dos resultados de pesquisas por eles realizados. Nesta variável foi encontrado um total de cinco fontes, sendo três fontes citadas em matérias da edição de 16/11/06 e duas fontes citadas em matérias da edição de 30/11/06. No jornalismo científico, com mais ênfase que nos demais, a utilização de fontes oficiais, conforme teorizado por Lage (2002), é uma prática muito presente, e isso ocorre no caso do Observatório, onde um número considerável de fontes oficiais aparece.
4. Fontes que se repetem – fontes que citadas mais de uma vez em uma ou mais matérias. Podem ser representadas por instituições ou pesquisadores individuais. Nesta variável foi encontrado um total de onze fontes, sendo que nas edições de 16 e 23/112006, um total de três fontes se repetiu em matérias diversas e na edição de 30/11/06 um total de cinco fontes se repetiu.
5. Fontes preservadas – fontes não identificadas, citadas simplesmente pelo uso do adjetivo ou categoria da fonte, entendidas pela equipe como “fontes preservadas”. Nesta variável foi encontrado um total de seis fontes, sendo uma fonte preservada em matéria da edição de 16/11/06, duas fontes em matérias da edição de 23/11/06 e três fontes em matérias da edição de 30/11/06.
6. Pesquisadores autônomos – fontes identificadas por pesquisadores autônomos, geralmente àqueles desvinculados a algum instituto de pesquisa e/ou que desenvolvem projetos de pesquisa individualmente. Nesta variável foi encontrado um total de duas fontes, ambas publicadas na edição de 23/11/06.
7. Entidades – fontes oficiais representadas por ONG’s, sites, revistas, jornais, hospitais, fundações e universidades, encontradas aleatoriamente na quantificação dos dados e citadas em muitas das matérias analisadas. Nesta variável foi encontrado um total de vinte e seis fontes, sendo oito fontes encontradas em matérias publicadas na edição de 16/11/06; e nove fontes encontradas em matérias publicadas nas edições de 23 e 30/11/06, respectivamente.


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS


O desenvolvimento da C&T está diretamente ligado ao cotidiano das pessoas, por isso é um tema que deve ser mais discutido pelos veículos de comunicação. Além disso, o uso das fontes de informação apresenta alguns problemas que estão além da dificuldade de transmitir assuntos da área. De acordo com os pontos analisados na editoria Observatório do jornal A TARDE, percebe-se que os problemas que interferem na qualidade das matérias de C&T e até mesmo na divulgação de assuntos deste tema, estão ligados à falta de prática jornalística.
Talvez isso esteja ocorrendo devido ao grupo A TARDE não ter um jornalista especifico para escrever sobre o tema, eles recebem matérias das agências de notícias de outros locais e os demais noticiários são produzidos por repórteres de outras editorias. Com o trabalho na maioria das vezes corrido, nem sempre eles param para checar as fontes, recebem indicações de colegas, e até mesmo de funcionários de instituições que não sabem ao certo a formação da fonte, apenas acha que é o melhor indicado a falar, além de ter o problema do interesse da fonte na publicação daquela matéria, que muitas vezes estão subentendidos no texto. Vale ressaltar que não estamos criticando o trabalho dos repórteres do jornal, nossa intenção aqui é a de analisar o comportamento do veículo, diante da relação das fontes com os jornalistas, visto que a divulgação de C&T envolve aspectos político, econômicos e culturais relevantes para a sociedade. Além de que a utilização das fontes de informação está relacionada à prática jornalística diária e suas diversas funções.


[1] Afrânio Coutinho, em Meu Ministro - 4/10/1986 - Caderno Especial de Centenário de Ernesto Simões Filho.
[2] Englobam-se como entidades, no presente artigo, as seguintes variáveis: ONG’s, sites, revistas, jornais, hospitais, fundações e universidades, encontradas durante a quantificação dos dados.


7. REFERÊNCIAS


CÓDIGO DE ÉTICA. O Código de Ética do jornalismo no Brasil. Disponível em Acesso em: 04/04/2007.BUCCI, Eugênio. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Cia das Letras, 2002.

BUENO, Wilson da Costa. O jornalismo científico e o compromisso das fontes. Disponível em Acesso em: 16/03/2007.

BURKETT, Warren. Jornalismo Científico; como escrever sobre ciência, medicina e alta tecnologia para os meios de comunicação. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1990.

LAGE, Nilson. A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Fontes & Fontes. Rio de Janeiro: Record, 2002, págs. 49-78.LOPES, Felisbela. As fontes, os jornalistas e as leis. Disponível em Acesso em: 21/03/2007

MIGLIACCIO, Maria Inês. O Desafio Constante do Jornalismo Científico: Tarefa de Poucos para Muitos. Disponível em < http://www.hottopos.com/videtur4/ines.htm> Acesso em: 12/04/2007.

OLIVEIRA, Fabíola de. Jornalismo Científico. São Paulo: Contexto, 2002.

SANTANA, Fabiana Mascarenhas. Utilização das fontes no noticiário de C&T do jornal A TARDE. Trabalho de Conclusão de Curso. Salvador-Ba: Editora FIB, 2005.

ERBOLATO, MÁRIO L. Técnicas de Codificação em jornalismo. São Paulo: Ed. Ática 2002SITE do Jornal A Tarde. Disponível em <http://www.jornalatarde.com.br/institucional/> Acesso em: 11/04/2007

FOTOJORNALISMO NO WEBJORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho se propõe a analisar o uso da fotografia jornalística no Webjornal Folha Online, do jornal Folha de São Paulo, com ênfase na utilização de aspectos da hipertextualidade, interatividade e multimidialidade, que convergem na geração de formatos inéditos de apresentação e divulgação do material fotojornalístico.
Inicialmente, o trabalho busca detectar os formatos fotográficos que predominam no Folha Online, tamanho em pixels e pesos dos arquivos. Sequencialmente relata a forma como as fotografias ilustram a matérias; se há bom aproveitamento dos aspectos multimidiáticos e interativos oferecidos pela rede; se tem projeções de slides e, em caso positivo, de que forma.
Por último, analisam-se os formatos alternativos de apresentação fotográfica, como, por exemplo, a existência de galerias multimídia, imagem do dia, memória, etc., e quais os canais ou editorias que mais utilizam fotos. A conclusão do trabalho se dá em forma de apresentação dos resultados encontrados e de cerca 12 fotografias jornalísticas selecionadas dentre as melhores encontradas no site.

2. FOTOJORNALISMO NO WEBJORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

O número de jornais que disponibilizam websites na internet vem crescendo aceleradamente nos últimos anos, devido à inserção da informação no panorama midiático chamado internet. Essa crescente busca pelos veículos online tem demandado aos webdesigners e editores de páginas na internet, mudanças que facilitem a leitura e compreensão das notícias, para isso os profissionais da área devem começar a pensar o uso de alguns elementos: hipertextualidade, interatividade e multimidialidade, como sendo indispensáveis na produção dos webjornais. As redações que produzem conteúdo para sites jornalísticos estão se integrando com as novas tecnologias a fim de aproveitar melhor o espaço virtual, condensando e simplificando a informação com a linguagem mais acessível e esses três elementos facilitam a interação com o público, além da facilidade de localização dos temas no momento da busca. O uso da fotografia nesse veículo também tem importância fundamental para a compreensão do que está publicado, pois a imagem apresenta os fatos como realidade ocorrida e aumentando a veracidade ao que foi noticiado.
Segundo Ivone Matiko Ivassaki de Deus, em seu artigo publicado na internet, o primeiro jornal on-line no Brasil surgiu, em 1995, foi o Jornal do Brasil, em 1995, que tinha como modelo os jornais dos EUA, local onde este tipo de jornalismo se iniciou. Logo depois deste jornal vieram O Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de Minas, o Zero Hora, o Diário de Pernambuco e o Diário do Nordeste, sendo que esses últimos jornais citados eram uma transposição do jornal na internet.
Hoje essa transcrição do jornal impresso para o webjornal ainda é comum, no veículo analisado, por exemplo, existe um link de uso exclusivo dos assinantes Folha de São Paulo, que permite a eles terem acesso a todas as notícias publicadas no jornal impresso a hora que quiser e sem precisar de muitos esforços. A hipertextualidade nos sites facilita ao usuário interconectar um texto a outro, concedendo a liberdade de acessar e ler o que ele quiser, isso é feito através de um link, ao qual basta o usuário clicar que rapidamente terá acesso a informação desejada. Ivone Matiko Ivassaki de Deus, diz que:
“A intenção da hipertextualidade é exatamente esta, fragmentar os textos e deixar à disposição do leitor, ligações (links) para outras matérias se isso for de seu interesse. O leitor não é obrigado a ler o que ele não quer, ele o fará se achar conveniente. Ele estabelece seu próprio percurso através da interação com texto”.
Além da hipertextualidade, existe um segundo elemento que é de extrema importância para o webjornal, que é a interatividade, pois como o nome já diz trata da interação entre o duas, três ou mais pessoas para discutir temas, trocar informações, defender ponto de vista, etc. Existem três níveis de Interatividade: Nível I – relação homem-máquina, nível II – relação homem-homem e nível três que é a relação homem-máquina em um grau de interação imediata, ex:bate-papo. Aqui nos interessa a interatividade nível I, que é aplicada pelo webjornal Folha online da Folha, onde há um bom aproveitamento dos recursos multimidiáticos e interativos oferecidos pela rede, devido aos links que interconectam matérias recentes a fatos passados, dentre outros textos para diversas editorias, exibindo conteúdos para todos os tipos de interesses, independente da classe social, política, econômica e cultural de quem navega pelo site. Além do espaço aberto ao público na editoria Blogs da Folha, onde se faz presente à interação do público com o jornal, o leitor nesse espaço tem a liberdade de postar comentários e opiniões acerca de alguma matéria publicada.
O terceiro elemento citado anteriormente é a multimidialidade, que está de certa forma interligada a hipertextualidade, segundo Luciana Mielniczuk “trata-se da convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração do fato jornalístico”. A multimidialidade dessa forma não é nada mais que os recursos utilizados para composição e ordenação dos textos, imagens e áudio no webjornal, desses elementos citados a fotografia ainda é o tem destaque nos veículos informativos inclusive na web. No caso da Folha online, por exemplo, a fotografia jornalística está presente na maioria das editorias, tendo destaque as editorias que mundo e Brasil onde se pôde observar o uso de três imagens fotojornalísticas na maioria dos noticiários, enquanto que nas outras vinte e cinco editorias a predominância é de uma imagem por matéria, sendo que nem todas possuem fotos. Todas as imagens são acompanhadas por legendas ou trechos de texto que contextualizam
Além das fotografias, o jornal da web usa fotos ilustrativas, infográficos, charges, que dão visibilidade também ao tema abordado, exemplo da editora de informática, e ao Blogs da Folha, onde encontramos ilustrações, animações, charges, e até mesmo fotos que também são bastante ilustradas no nosso ponto de vista algumas imagens não ilustram muito bem o tema proposto na matéria. Outro recurso multimidialidade é o uso de áudio pelo veículo, no webjornal percebeu-se o uso de vídeo ainda não é muito explorado, encontramos no link Aprendiz, postou uma reportagem sobre a inclusão do jornalismo cidadão na web, acompanhado por um vídeo/áudio com depoimento de repórteres aprendizes. Esse espaço promove uma interação e integração do cidadão comum com o jornal. Essas pessoas expressam suas idéias acerca do jornalismo, do assunto em pauta, dentre outros temas. Embora haja essa interatividade no webjornal não há fotos de cidadão comum, nos arquivos analisados.
No que se refere ao formato predominante do Folha Online, percebeu-se que na maioria das fotos analisadas as imagens variam entre 468 x 165, 400 x 290, 380 x 380, 230 x 300, 230 x 175 e 280 x 186 pixels. Os pesos dos arquivos também variam de uma foto para outra: 47.014, 15.188 e 14.850 bytes, o que pode ser considerável razoável, em comparação ao projeto gráfico de outros webjornais. As imagens, em sua grande maioria, são concebidas com formato e peso pequenos, para que caiba no espaço webgráfico oferecido pelo site. Algumas fotos utilizadas já fazem parte dos arquivos de fotos do jornal, outras são de Institutos de pesquisas, agências e outras de profissionais da própria folha.
Todas as editorias possuem uma galeria com fotos relacionadas ao tema. Ao clicar nos links de acesso para as editorias, o navegante de imediato se depara com quatro fotos: a principal e a do colunista à esquerda e à direita as fotos da galeria e dos especiais, uma espécie de modelo padrão do webjornal. Além das galerias em cada editoria, o site dispõe de um link para galeria onde encontramos a imagem do dia e a do álbum. Ao clicar nas imagens do álbum surge um outro link que dá acesso às demais fotografias. Além das galerias existentes em cada editoria, o site dispõe de um link para galeria onde encontramos a imagem do dia e a do álbum. Ao clicar sobre as imagens do álbum surge um outro link dando acesso a outras fotografias. Em termos de memória, a Folha Online mantém no link Arquivos Folha outros links que dão acesso a fatos históricos. Porém, durante a análise, o mesmo encontrava-se fora do ar.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da análise do veículo Folha online percebemos que o webjornalismo tem como diferencial a utilização dos recursos hipertextuais, multimidiáticos e elementos interativos, facilitando o acesso de um público generalizado. A folha online apesar de possuir recursos da hipertextualidade, ainda não dispõe de muitos recursos da multimidialidade, que faça a interação de imagens, textos e sons de forma diferenciada e atraente, como o uso data show, além disso, há pouca utilização de vídeo e áudio. O uso da imagem normalmente seguem tamanhos aproximados entre uma fotografia, a qualidade da imagem para impressão é baixa, devido ao peso do arquivo, todas as fotografias tem o formato JPEG, que é pelo visto o padrão para web.
Por fim, queremos deixar claro que todas as informações presentes na análise foram coletadas do objeto de estudo, a Folha Online, o webjornal da Folha de São Paulo que está disponível no site http://www.folha.uol.com.br/. O acesso a transcrição do jornal na íntegra só é permitido para assinantes, sendo de acesso gratuito aos usuários apenas a capa do jornal e algumas chamadas referentes às matérias destaque, como forma de chamar induzir o visitante da página a comprar ou assinar o jornal online. Diante disso foi analisado o Folha online, que é uma versão pública e não possui um público alvo definido, devido a o fato de noticiar assuntos de diversas Os recursos hipertextuais, multimidiáticos e os elementos interativos, ainda precisam ser aprimorados no Webjornal, para que a imagem fotojornalística e a produção dos textos estejam interligados de forma mais interativa e atraente para os internautas, facilitando assim o acesso de um público generalizado independente das classes sociais.


Autor: Plínio Lepri / Efe
Tamanho: 42.170 bytes
Dimensões: 380 x 380 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Mundo
Título da matéria: Bush se reúne com papa no Vaticano; Ativistas organizam protesto





Autor: Sérgio Lima / Folha
Tamanho: não informado
Dimensões: 468 x 165 pixels
Formato: não informado
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Blogs da Folha
Título da matéria: Lula considera 'democrático' fechamento da RCTV


Autor: Efe
Tamanho: 13525bytes
Dimensões: 230 x 230 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Mundo
Título da matéria: Exército volta a atacar radicais; três soldados morrem no Líbano
Ps: Foto foi tirada dia 21/05/2007


Autor: Rivaldo Gomes/Folha Imagem
Tamanho: 14344 bytes
Dimensões: 400 x 290 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Capa do Jornal
Título da matéria: Irmãos usava nome de Lula para obter dinheiro, diz PF
Ps: Foto de capa (Sábado, 9 de junho de 2007)



Autor: xeque-mate Folha imagem
Tamanho: 20.218 bytes
Dimensões: 230 x 300 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Brasil
Título da matéria: Lula evita falar de operação da PF que envolve Vavá










Autor: Mastrangelo Reino/ Folha Imagem
Tamanho: 21212 bytes
Dimensões: 280 x 186 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 29/05/2007
Editoria: Ciência / Galeria
Título da matéria: sem matéria



Autor: Sergei Ilnitsky/Efe
Tamanho: 13.747bytes
Dimensões: 175 x 230 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 07/06/2007
Editoria: Ciência
Título da matéria: Professores descobrem equações do equilíbrio da bicicleta





Autor: Folha Imagem
Tamanho: 14.850bytes
Dimensões: 230 x 175 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Dinheiro
Título da matéria: Importação ajuda indústria, diz Ministério do Desenvolvimento





Autor: Javier Cebollada/ Efe
Tamanho: 15.209 bytes
Dimensões: 230 x 230 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Esporte
Título da matéria: Empates deixam Real Madrid próximo de encerrar tabu sem títulos






Autor: Eduardo Verdugo/AP
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Formato: JPEG
Data de publicação: 09/06/2007
Editoria: Esporte / Galeria
Título da matéria: Ator vestido em trajes típicos acende a tocha dos Jogos Pan-Americanos-2007, nas Pirâmides de Teotihuacán, no México - Rio 2007









Autor: Ap/ Nasa
Tamanho: 47.014 bytes
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Data de publicação: 04/06/2007
Editoria: Imagens do dia
Título da matéria: Galeria











Autor: Divulgação
Tamanho: 15.188 bytes
Dimensões: 230 x 175 pixels
Formato: JPEG
Data de publicação: 08/06/2007
Editoria: Informática
Título da matéria: Lara Croft comemora dez anos em um remake de "Tomb Raider"





REFERÊNCIA


SITE do Folha Online. Disponível em <http://www.folha.uol.com.br/>. Acesso em 07/062007, 09/06/2007 e 13/062007
DEUS, Ivone Matiko Ivassaki de. As características de um jornal on-line. Disponível na internet em: http://209.85.165.104/search?q=cache:FetpzWTPeVsJ:reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/17405/1/R0644-1.pdf+uso+de+imagens+dos+webjornais&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br. Acesso: 09/06/2007 às 17h
MIELNICZUK, Luciana. Características e implicações do jornalismo na Web. Disponível na internet em: http://72.14.209.104/search?q=cache:DMMedWsIWzEJ:www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuk_caracteristicasimplicacoes.pdf+hipertextualidade+na+web&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=6&gl=br . Acesso em: 11/06/2007 às14h.
FERREIRA, Jorge Carlos Felz – FESJF. Produção e distribuição das fotografias jornalísticas na web. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005. Disponível em: http://209.85.165.104/search?q=cache:FetpzWTPeVsJ:reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/17405/1/R0644-1.pdf+uso+de+imagens+dos+webjornais&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br. Acesso: 09/06/2007 às 17h