terça-feira, 20 de novembro de 2007

Agregações Eletrônicas ou Comunidades Virtuais?

Por Josenara Sales

O texto de André Lemos faz uma analise a cerca das comunidades virtuais e das agregações eletrônica presentes no ciberespaço. Para ele o conceito de comunidade virtual pode ter relação com as listas de discussão, as salas de bate-papo, newsgroups e websites e as próprias listas de discussão, pois o ciberespaço propicia a união de grupos através das afinidades temáticas. No entanto, nem tudo no ciberespaço pode ser definido como comunidade, devido aos agrupamentos formados em torno dessas mesmas listas de discussão. O estudo de André Lemos sobre comunidade baseia-se de início em duas experiências concretas. A primeira tem como objetivo de agregar interessados em discutir a cultura eletrônica brasileira e mundial. A segunda seria a criação de um instrumento ágil de comunicação entre os membros.

Para o sociólogo F. Tönnies existem duas maneiras de relação social: A primeira relação humana é movida de acordo com a vontade natural do ser humano, essa vontade atende as necessidades básicas da sobrevivência de um grupo. Segundo Tönnies essa relação é considerada Gemeinschaft. A segunda é movida de acordo com os interesses individuais. Esse surge com a sociedade pós-moderna. As relações tem como objetivo racionalizar o futuro. Este modo é considerado como Gesellschaft.
As comunidades surgem então a partir dessas duas formas de relações humanas, ou seja, das afinidades naturais de um grupo ou de interesse individuais. André Lemos, diz que: "Os membros das comunidades virtuais de um ciberespaço, compartilham um espaço telemático e simbólico (chats, listas newsgroups, websites), mantendo uma certa permanência temporal, fazendo com que seus participantes se sintam parte de um agrupamento de tipo comunitário, diferentemente de outros que podem se dar no mesmo espaço temático sem, no entanto, guardarem qualquer vinculo afetivo e/ou temporal".
A partir dessa afirmação do autor, podemos chegar talvez à resposta do título "Agregações eletrônicas ou comunidades virtuais?" Nem tudo que está no ciberespaço pode ser considerado comunidades virtuais, pois nem tudo que está no espaço telemático gera uma integração duradoura entre os usuários.
As primeiras agregações em torno dos computadores surgiram em meados da década de 70 nos EUA. Essas agregações foram formadas a partir da atitude de instituições, pesquisadores e alunos utilizarem a internet para trocar mensagens. A partir daí alguns programas foram criados e aperfeiçoados para facilitar a interação entre os usuários, dando inicio as comunidades virtuais.

Segundo André Lemos ,no ciberespaço existem dois tipos de agregações eletrônicas: As comunitárias e as não comunitárias. As primeiras são aquelas onde existe, por parte de seus membros, o sentimento expresso de uma afinidade subjetiva delimitada por um território simbólico, cujo compartilhamento de emoções e troca de experiências pessoais são fundamentais para a coesão do grupo. O segundo tipo, refere-se a agregações eletrônicas onde os participantes não se sentem envolvidos, sendo apenas um locus de encontro e compartilhamento de informações e experiências de caráter totalmente efêmero e desterritorializado.


Esse vídeo retirado do youtube representa bem a nossa sociedade hoje e a afirmação de Adelina Silva, em seu artigo "Mundos Reais, Mundos Virtuais. Os Jovens nas salas de chat"
pubicada na Revista TEXTOS de la CiberSociedad. Número 6

"Deixamos de vivenciar um só espaço, uma só comunidade e um só mundo, para passarmos a co-habitar espaços, comunidades, mundos. Paralelamente ao espaço físico, comunidade real e/ou mundo real, surge o ciberespaço, a comunidade virtual, o mundo virtual.”